
Etarismo: o que é?
Quantas pessoas após os 40 anos pensam em investir no sonho
26/07/2022
Quantas pessoas após os 40 anos pensam em investir no sonho da graduação ou, então, mudar de área? E quantas delas desistem pelo preconceito que sofrem?
O etarismo é um termo conhecido quando pensamos nesse assunto. Para falar melhor sobre, entrevistamos o especialista Mauro Wainstock, jornalista e publicitário formado pela FACHA. O comunicador é palestrante sobre diversidade etária e sócio-fundador da consultoria HUB 40+, nomeado Linkedin Top Voice & Creator, colunista da Exame, do Terra e do portal Startups.
Confira:
FACHA: Etarismo, afinal, o que é?
MAURO WAINSTOCK: O combate ao ageísmo, idadismo ou etarismo, sinônimos quando nos referimos ao preconceito etário, deve ser constante e veemente. E a conscientização precisa envolver todas as camadas da população, sobretudo com uma forte atuação desde o processo educacional mais básico. Temos que eliminar todas as formas de discriminação, seja movida pela insegurança, ignorância ou pelo preconceito enraizado e irracional. Ele é execrável, inaceitável e intolerável.
É inacreditável, mas metade da população mundial tem atitudes preconceituosas em relação à idade. Esta informação consta em um relatório que acaba de ser produzido pela Organização Mundial de Saúde intitulado “Campanha Global de Combate ao Ageísmo”. O material disponibiliza estratégias para minimizar a questão: políticas e leis, atividades educacionais e intervenções intergeracionais.
FACHA: Por que investir no ensino superior depois dos 40 anos?
MAURO: Os profissionais 40+ precisam estar com o mindset atualizado, tendo ânsia, humildade e disposição por aprender sempre, tanto tecnicamente, como incrementando suas soft skills, aprimorar suas habilidades tecnológicas e estar consciente de que eventuais vantagens consideradas competitivas do passado passaram a ser exigências cada vez mais enfáticas neste dinâmico mundo corporativo, assim como soluções aplicadas anteriormente podem não ser adequadas ao momento presente.
Mas, para se diferenciar, isto não basta. É indispensável ir construindo gradativamente uma enriquecedora presença virtual, aprofundar o networking, formando uma valiosa rede de contatos, e fortalecer a marca profissional, o seu sobrenome real, para tornar-se referência na sua área de atuação.
FACHA: Pensando na carreira: qual dica daria para quem deseja recomeçar?
MAURO: Cerca de 85% das recolocações ocorrem através de recomendação. Então uma enriquecedora presença virtual, com o aprofundamento deste networking, e a possibilidade do profissional ser referência na sua área de atuação através do oferecimento de conteúdo relevante, são fatores que podem contribuir significativamente para este profissional alcançar seus objetivos mais rapidamente.
Por outro lado, o empreendedorismo, um dos principais sonhos do brasileiro, representa uma das formas mais relevantes de empoderamento deste público e contribui para manter essa parcela da população dentro da economia produtiva, com possibilidade de conquistarem a independência financeira e terem longevidade ativa e equilibrada.
Recente pesquisa também constatou que o empreendedorismo 50+ é o que mais cresce em relação às demais faixas etárias e outro estudo concluiu que há 24% mais chance de uma empresa ser mais saudável no Brasil se tiver sócios acima dos 60 anos.
É importante ressaltar que empreender pode significar ser professor, mentor ou consultor, por exemplo. Por sua vez, um médico que possui um consultório também é um empreendedor. Além de realizar a sua atividade técnica, precisa gerenciar uma equipe e administrar questões como as finanças, a contabilidade e o marketing, apenas para citar alguns aspectos inerentes ao seu dia a dia.
Atitude empreendedora é detectar e solucionar com eficiência uma “dor” real do mercado, seja na empresa em que trabalha, seja em seu próprio negócio. Neste caso, o projeto precisa ser estruturado e planejado adequadamente para que produza resultados rentáveis e sustentáveis.
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